terça-feira, 17 de janeiro de 2012


 Planificação do processo: mais ensino  
ou mais aprendizagem?
(Ricardo Palma, Sandy Gualdino, Sónia Evaristo)

A planificação do processo educativo apresenta-se como um dos grandes desafios deste processo. Planificar tendo em conta o desenvolvimento pessoal e social dos alunos, conseguindo associar os objectivos ou resultados de aprendizagem pretendidos às experiências vividas por estes de modo a tornar a aprendizagem significativa, é muito mais do que definir meras propostas de ensino e aprendizagem.
Neste artigo, apresentaremos de uma forma reflexiva a importância da planificação para o sucesso do processo ensino/aprendizagem, dando particular relevância à definição de objectivos pedagógicos.

Evidenciaremos a importância de investir numa escola de aprendizagem em vez de escola ensino, como estratégia para o sucesso dos processos educativos.
Fala-se, actualmente, de uma crise social e a Educação, forçosamente, reflecte e tornou-se o reflexo dessa realidade. O primeiro grande problema, continua a ser o facto de, muitas vezes, alunos e professores não terem as mesmas prioridades e expectativas quanto aos objectivos a atingir.
Outro grande problema é que, frequentemente, os objectivos definidos pelos professores continuam centrados em si enquanto profissionais, no seu desempenho enquanto actor principal e não no aprendente. Temos uma classe profissional que ainda tem alguma dificuldade em considerar a relação pedagógica como uma relação de igual para igual, onde os intervenientes alternam os papéis, tirando proveito dessa troca.
Continuamos numa sociedade que valoriza o produto da educação em prejuízo da coerência das actividades educativas, por isso, muitos dos nossos professores continuam a não sentir a real necessidade de melhorar/inovar as suas práticas.
Os profissionais da educação têm que mudar a ideia da avaliação, deixando de encarar este momento como um momento unicamente destinado ao aluno, mas sim a todo o processo e ao próprio professor. Deve, assim, o professor investir num processo de auto-avaliação para analisar o seu grau de eficácia em acção e se a sua conduta é ou não adequada para alcançar os objectivos perseguidos.
Outra grande discrepância é o facto das decisões relevantes continuarem a ser tomadas pelos membros do poder, os representantes políticos e das instituições, não resultando de um balanço/compromisso entre quem o promove e os seus destinatários, nomeadamente, alunos e pais e sociedade em geral. Convém considerar que o processo de reorganização educacional, objectivando o sucesso dos nossos alunos, depende da intervenção de todos, por isso, deve considerar os interesses de todos os envolvidos.
Relativamente ao processo de planificação, convém consciencializar que este momento é crucial para o sucesso da acção educativa e não deve ser apenas um documento obrigatório para arquivar. Este instrumento deve representar o projecto de resposta adequado às reais necessidades de aprendizagem dos alunos.
Reconhecer a importância deste instrumento para o sucesso educacional e resolução de algumas das principias problemáticas das nossas escolas é fundamental. Um processo planeado significa: objectivos pedagógicos bem definidos e, consequentemente uma maior rentabilidade, produtividade e sucesso da acção educativa.


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